Por Wagner Coelho
Em uma blitz, abordamos os ocupantes do fusca da mesma forma que abordamos os ocupantes da Land Rover?
Durante uma busca pessoal, revistamos o filho do pedreiro da mesma forma que revistamos o filho do coronel?
Diante de uma mera fundada suspeita, entramos na casa da lavadeira de roupa da mesma forma que entramos na mansão da desembargadora?
Quando encontramos o filho do pedreiro com um cigarro de maconha, damos o mesmo tratamento que damos ao filho do magistrado?
Quando o vendedor de cocada se nega a entregar os documentos pessoais, tratamos da mesma forma que tratamos o mega empresário da construção civil?
Quando o vaqueiro agride a esposa, conduzimos à delegacia da mesma forma que conduzimos o grande fazendeiro e latifundiário da região?
Quando um catador de papel nos pede uma ajuda, atendemos com a mesma presteza que atendemos o prefeito da cidade?
Quando o filho do vendedor de picolé é acusado de furtar um celular, fazemos o mesmo procedimento que fazemos com o filho do delegado?
Quando o filho do borracheiro diz que sabe dos seus direitos, tratamos da mesma forma que tratamos o filho do deputado da região?
Fica a reflexão.
A missão de um policial em um estado democrático de direito é mais que inibir e prender o transgressor. Não podemos nos comportar como máquinas de guerra programadas somente para reprimir e repelir às injustas agressões. Somos mais que isso. Temos a capacidade - se ousarmos, de sermos agentes sociais, agentes de transformação social. Somos membros desse corpo chamado sociedade e devemos interagir com as camadas menos favorecidas e tratá-las com o devido respeito sem violar a sua honra e moral, pois fazemos parte dessas camadas. Não se comporte como um ser que se sente fora do povo, SOMOS POVÃO, não somos essa elite burocrática que tem horror a pobre.
Estamos mais próximos dos menos desprovidos de recursos do que daquela minoria que acumula a maior parte das riquezas desse país.
Trata-se de respeito ao próximo!
Trata-se do princípio universal da Dignidade da Pessoa Humana e não da Dignidade da Pessoa com Posses.
Que possamos refletir sobre nossas ações.
Excelente.
ResponderExcluirExcelente reflexão. Só explicitar que certamente o outor não tem a intenção de inferir que ao pertencer a elite econômica o indivíduo é automaticamente opressor. Fato, muitos se comportam assim. Como também é fato lamentável que muitos de nós (negros e pobres) no exercício de deve-poder, adotamos posturas repressora, autoritária e abusivas.
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