sábado, 24 de outubro de 2015

Tudo sobre a Operação Lava Jato, da Polícia Federal

Operação Lava Jato




Operação Lava Jato é o nome de uma investigação realizada pela Polícia Federal do Brasil, cuja deflagração da fase ostensiva foi iniciada em 17 de março de 2014 , com o cumprimento de mais de uma centena de mandados de busca e apreensão, prisões temporárias, preventivas e conduções coercitivas, tendo como objetivo apurar um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar mais de R$ 10 bilhões de reais, podendo ser superior a R$ 20 bilhões, sendo destes R$ 10 bilhões em propinas . É considerado pela Polícia Federal como a maior investigação de corrupção da história do País.De acordo com as delações recebidas pela força-tarefa da Lava Jato, os partidos PP, PMDB e PT, empresarios e outros políticos de diversos partidos foram beneficiados com o esquema.

A operação recebeu esse nome devido ao uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis pela quadrilha para movimentar os valores de origem ilícita, supostamente, desde 1997. A denuncia inicial partiu do empresário Hermes Magnus, em 2008, quando o grupo de acusados tentou lavar dinheiro na sua empresa Dunel Indústria e Comércio, fabricante de máquinas e equipamentos para certificação. A partir da denúncia inicial, foram empreendidas diligências investigativas que culminaram com a identificação de quatro grandes grupos criminosos, chefiados pelos doleiros Carlos Habib Chater, Alberto Youssef, Nelma Mitsue Penasso Kodama e Raul Henrique Srour.



No curso da investigação identificou-se ainda que Alberto Youssef havia adquirido um veículo Land Rover Evoque para Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Foram ainda colhidos indícios iniciais de pagamentos indevidos realizados por empresas vencedoras de contratos na RNEST (Refinaria Abreu e Lima) para o doleiro Alberto Youssef. Até abril de 2014, a operação já contava com 46 pessoas indiciadas pelos crimes de formação de organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro e trinta pessoas presas, dentre elas o doleiro Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em junho de 2014, o ex-diretor negou participação no esquema criminoso, porém, após a Polícia Federal realizar buscas em empresas da esposa, filhas e genros e encontrar indícios que incriminavam a ele e toda sua família, Paulo Roberto Costa decidiu colaborar com o Ministério Público Federal valendo-se do recurso da delação premiada, podendo obter dessa forma a redução de sua pena e a possibilidade de cumprimento da mesma em regime domiciliar e o pagamento de uma multa.

Em janeiro de 2015, o Ministério Público Federal lançou um portal que reúne uma série de informações, como número de pessoas sob investigação, quantidade de procedimentos instaurados e a íntegra das denúncias apresentadas pelo MPF. A página foi produzida pela força-tarefa que cuida da Operação, em parceria com a Secretaria de Comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em 9 de outubro do mesmo ano o procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação Lava Jato em Curitiba, calculou que o valor total das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras e outras estatais e órgãos públicos chega a pelo menos R$ 10 bilhões. Ao defender as delações premiadas como "o motor" da operação, Dallagnol lembrou que a Lava Jato começou com a investigação de um posto de gasolina suspeito de lavagem de dinheiro e chegou ao gigantesco esquema de corrupção, o maior da história brasileira.

Em 19 de outubro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, afirmou em palestra emWashington, Estados Unidos que as investigações em curso sobre o escândalo de corrupção que atuava na Petrobras estão provocando uma "revolução" no Brasil, em um referência a condução da Operação Lava Jato. "As investigações têm sido muito bem conduzidas. Nós temos algumas sentenças, sentenças muito duras, alguns dos altos executivos do Brasil já foram condenados a passar 15 ou 20 anos na cadeia. É realmente algo novo", disse o presidente do Supremo.



Fases

Em 17 de março de 2014, a Polícia Federal iniciou a primeira fase com prisões temporárias e preventivas de 17 pessoas em 7 estados, entre elas o doleiro Youssef. Foram apreendidos R$5 milhões em dinheiro e 25 carros de luxo, joias, quadros e armas. Na segunda fase, em 20 de março de 2014, a Polícia Federal cumpriu 6 mandados de busca e 1 de prisão temporária, a de Paulo Roberto Costa. Pela terceira fase, em 11 de abril de 2014, a Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca, 3 de prisões temporárias e 6 de conduções coercitivas. Argôlo foi acusado de manter relacionamento de promiscuidade financeira com Youssef. Pela quarta fase, em 11 de junho de 2014, a Polícia Federal cumpriu 1 mandado de busca e 1 mandato de prisão preventiva, a de Paulo Roberto Costa, preso novamente. Pela quinta fase, a Polícia Federal cumpriu 7 mandados de busca, 1 mandato de prisão temporária e 1 de condução coercitiva. O executivo João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado foi preso dia 1 de julho de 2014 em São Paulo, por gerenciar na Suíça contas do doleiro Youssef. Foram bloqueados R$5 milhões em contas na Suíça. Pela sexta fase, a Polícia Federal cumpriu no Rio de Janeiro 15 mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva. Esses mandados visaram empresas e pessoas próximas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.



Pela sétima fase, batizada da "Juízo Final", a Polícia Federal cumpriu 49 mandados de busca, 6 de prisão preventiva e 21 de prisão temporária, sendo presos os presidentes e diretores de grandes empresas do Brasil, como Construtora OAS, IESA Óleo & Gás, Camargo Corrêa Construções, UTC Engenharia, Engevix e Construtora Queiroz e Galvão. Pela oitava fase, em 14 de janeiro de 2015 a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Nestor Cerveró, acusado de estar se desfazendo de patrimônio que poderia ter sido auferido ilicitamente. Cerveró foi detido ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.

Em 5 de fevereiro de 2015 a Polícia Federal desencadeou a nona fase ostensiva da Operação Lava-Jato, com nome de My Way, cumpriu de 62 mandados de busca e apreensão, prisões temporárias e preventivas e conduções coercitivas, em quatro estados da Federação, para colher elementos de investigação acerca de operadores que atuaram na intermediação no pagamento de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Foram ainda colhidos indícios sobre o pagamento de vantagens ilícitas no âmbito da BR DISTRIBUIDORA, subsidiária da Petrobras. Durante essa fase foram apreendidas na casa de Zwi Skornicki quarenta e oito obras de arte que foram levadas para o Museu Oscar Niemeyer. Zwi Skornicki é apontado como um dos operadores do esquema de corrupção.

A décima fase da operação ocorreu no dia 16 de março de 2015, contando com cerca de 40 policiais federais cumprindo 18 mandados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Essa fase foi denominada de "Que país é esse?", em razão da frase dita por Renato Duque ao seu advogado ao ser preso pela Polícia Federal em novembro de 2014. No dia 27 de março de 2015, a Polícia Federal prendeu em São Paulo, o empresário Dário Queiroz Galvão, sócio da Galvão Engenharia. No Rio de Janeiro foi preso o operador Guilherme Esteves de Jesus, um dos operadores investigados na My Way (9ª fase da Lava Jato), por pagar propina a mando do estaleiro Jurong. Os dois foram alvos de mandados de prisão preventiva, sem prazo para expirar e foram levados para a sede da Policia Federal em Curitiba. No dia 8 de abril de 2015, a justiça sequestrou R$ 163,5 milhões da empresa Queiroz Galvão, valor referente ao crédito de precatórios da empreiteira junto ao estado de Alagoas.

Em 10 de abril de 2015, a Polícia Federal deu início à décima primeira fase denominada de "A Origem", cumprindo 32 mandados, sendo 7 de prisão, 16 de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva. Esta fase teve operações em seis estados: Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram presos nesta fase: o ex-deputadoAndré Vargas, Leon Vargas (irmão de André Vargas), o ex-deputado Luiz Argolo, Élia Santos da Hora (secretária de Argôlo), o ex-deputado Pedro Corrêa, Ivan Mernon da Silva Torres e Ricardo Hoffmann. Em 15 de abril de 2015, a Polícia Federal deu inicio à décima segunda fase com dois mandados de prisão, um de condução coercitiva e um de busca e apreensão em São Paulo. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, foi preso. A cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima ficou foragida até 17 de abril de 2015, e se entregou a policia. A esposa de Vaccari, Gisela Lima, teve o mandado de condução coercitiva, sendo liberada após depoimento. A Polícia Federal encaminhou em 11 de maio de 2015 ao Ministério Público Federal (MPF), 30 indiciamentos contra 22 pessoas, investigadas na 11º fase da operação Lava Jato, denominada "Origem", para apurar crimes de corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre outros.

Em 21 de maio de 2015, a Polícia Federal cumpriu a 13ª fase da Operação Lava Jato nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram cumpridos um mandado de prisão (Milton Pascowitch), um de condução coercitiva e 4 de busca e apreensão. Os mandados de busca e apreensão em São Paulo foram feitos na casa de José Adolfo Pascowitch, irmão de Milton Pascowitch. Os outros dois foram feitos um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. De acordo com o MPF, a empresa JD Consultoria, de José Dirceu, recebeu mais de R$ 1,4 milhões em pagamento da Jamp Engenheiros Associados Ltda, empresa que pertence a Milton Pascowitch. Em 19 de junho de 2015, a Polícia Federal deflagrou a 14ª fase da Operação Lava Jato, com nome "Erga Omnes", expressão em latim "vale para todos". Os alvos foram as empreiteiras Odebrecht eAndrade Gutierrez. Foram presos na operação os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Também foram presos os diretores da Odebrecht Marcio Faria, Rogério Araújo e Alexandrino Alencar. Foram cumpridos 38 mandados de busca, 8 de prisão preventiva, 4 de prisão temporária e 9 de condução coercitiva. Os mandados judiciais foram cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Porto Alegre

Em 2 de julho de 2015, a Polícia Federal deflagrou a 15ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Conexão Mônaco", cumprindo ao todo cinco mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Foi detido na cidade do Rio de Janeiro e encaminhado à carceragem em Curitiba, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, em razão da movimentação no Principado de Mônaco, de mais de 10 milhões (R$ 34,5 milhões, na cotação do dia da prisão) em recursos ilícitos obtidos em propinas nos negócios da empresa. Zelada havia sido citado anteriormente por dois delatores, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, como beneficiário do esquema de corrupção. Foi o sucessor de Nestor Cerveró, atuando na área internacional da Petrobras entre 2008 e 2012.


A Polícia Federal deflagrou em 14 de julho de 2015, a Operação Politeia, uma operação com 53 mandados de busca e apreensão em casas de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. A operação batizada de "Politeia", em grego faz referência ao livro "A República de Platão", que descreve uma cidade perfeita onde a ética prevalece sobre a corrupção. As apreensões e busca envolveram os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), além do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC). As apreensões ocorreram nos estados de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Santa Catarina, em 40 endereços, com participação de 250 policiais federais. O senador Fernando Collor (PTB-AL) teve três carros de luxo apreendidos: uma Ferrari, um Porshe e um Lamborghini, que estavam estacionados na Casa da Dinda. Ele classificou a operação da Polícia Federal como “invasiva e arbitrária”.

A Polícia Federal deflagrou em 28 de julho de 2015 a 16ª fase da operação, batizada de "Radiotividade" com a prisão de Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor presidente daEletronuclear e Flávio David Barra, presidente da global AG Energia. Os dois foram presos no Rio de Janeiro e levados para a Superintendência da PF em Curitiba. Além do pagamento de propina, a 16ª fase investiga a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3.



A Polícia Federal deflagrou em 3 de agosto de 2015 a 17ª fase da operação, batizada de "Operação Pixuleco". Foram cumpridos 40 mandados judiciais, sendo 3 de prisão preventiva, 5 de prisão temporária, 26 de busca e apreensão, e 6 de condução coercitiva. José Dirceu e seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva foram presos na operação. Esta fase da Lava Jato foi batizada de "Pixuleco" por ser este o termo que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto usava para se referir à propina. José Dirceu vai responder por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Cerca de 200 policiais federais participam da ação. Tiveram a prisão preventiva na operação: José Dirceu, Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura (lobista) e Celso Araripe. Tiveram a prisão temporária: Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu, Olavo Houmeaux de Moura Filho, Julio César dos Santos e Pablo Alejandro Kipersmit.[47]

A Polícia Federal deflagrou em 13 de agosto de 2015 a 18ª fase, batizada de "Operação Pixuleco II". Na operação, 70 policiais federais cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Os mandados são um desdobramento da fase anterior da operação, que prendeu José Dirceu. Foi preso na operação o ex-vereador do PT, Alexandre Romano, que foi detido no aeroporto de Congonhas. Romano é suspeito de arrecadar vantagens indevidas superiores a R$50 milhões. Os pagamentos corriam por meio de empresas de fachada.[48]

A Polícia Federal deflagrou em 21 de setembro de 2015 a 19ª fase, batizada de "Operação Nessum Dorma", no português, "Ninguém dorme", com 11 mandados expedidos. O executivo da Engevix, José Antunes Sobrinho teve a prisão preventiva decretada e foi preso em Florianopolis. De acordo com as investigações, foi verificado que uma empresa recebeu cerca de R$ 20 milhões, entre 2007 e 2013, de empreiteiras já investigadas na operação. O dinheiro seria propina obtida a partir de contratos com a Petrobras. Além disso, Sobrinho realizou pagamentos de propina já com a operação em curso, sendo Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor-presidente da Eletronuclear, que está preso em um quartel de Curitiba, o destinatário dos recursos. "Ele fez movimentações em janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor da Engevix estava preso. Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas operações", disse o Procurador da força-tarefa Carlos Fernandes Santos Lima.

fonte WIKIPEDIA

Por Wagner Coelho - LEGIÃO DE COMBATE À CORRUPÇÃO

Wagner Coelho é policial militar, fez parte da diretoria fundadora da ASPRA BAHIA REGIONAL SR. DO BONFIM e REGIONAL JACOBINA, e graduando em Direito pela Universidade do Estado da Bahia. Criou esse espaço para reunir as maiores personalidades contemporâneas e acompanhar em tempo real as notícias sobre corrupção no nosso país. Visite todos os links, leia, assista os vídeos e aprenda com essa página. 










quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A TÁBUA E O NAVIO






por Wagner Coelho




Caro Policial Militar, convido-lhe a fazer parte da ASPRA BAHIA, mas antes é necessário que faça uma leitura reflexiva.

Imagine um oceano repleto de policiais, cada um com uma TÁBUA. 

Imagine que você também está nesse oceano. 

A TÁBUA é a responsável por mantê-los vivos. Em cima dela você é livre para remar em qualquer direção, seus braços e sua consciência não estão condicionados à vontade de nenhum opressor.

Você pode se aproximar ou se afastar de qualquer pessoa quando quiser, a sua consciência é quem diz por onde deve navegar nesse imenso oceano.

Agora imagine um grande NAVIO DE AÇO, navegando poderosamente, dominando as águas e devastando tudo que encontra em seu caminho. Os policiais precisam remar com muita força para fugir da sua fúria. Toda vez que dois ou mais policiais se unem para construir um NAVIO DE MADEIRA ele vem e passa por cima. 

Estando sozinho ou em grupo, os policiais sempre serão atacados por esse navio. A única forma de não ser atacado é abrindo mão de sua liberdade e se aliando ao grande navio de aço, subindo e fazendo parte de sua tripulação.

Se porventura você escolher embarcar, estará seguro dos ataques do navio que outrora lhe atacara, obtendo uma posição privilegiada comparada com aqueles que decidiram ficar no oceano.

Porém, para ter esse conforto é preciso entregar a sua tão valiosa TÁBUA. O navio de aço se move através da queima de madeira, e o que antes era o seu bem mais valioso se tornará carvão.

A sua consciência não o conduzirá, será conduzido pelo navio e não terá opinião própria, abrirá mão da liberdade pela comodidade.

Chegando nesse novo ambiente precisará competir com os que chegaram antes e com os que virão depois. Estará impossibilitado de falar o que pensa e de lutar pelo que acredita. Se tiver influência conseguirá posições privilegiadas, mas sempre estará lutando para não perdê-las. A tirania reina nesse ambiente. Estará cercado por muitas pessoas que têm como deus o dinheiro e o poder.

Mesmo que tenha êxito e consiga status e poder, e ainda que tenha pessoas aos seus pés, sempre haverá outro policial acima de você que o impedirá de exercer a livre manifestação do pensamento. 

No navio de aço a sua vontade estará condicionada à vontade daquele que está no poder. Sua opinião deverá mudar de acordo com que muda o tirano. Agindo de outra maneira não terá privilégio algum. 

Em 1549, o filósofo francês Étienne de La Boétie em o "Discurso Sobre a Servidão Voluntária", retratou a postura daqueles que de livre vontade se sujeitam a servir a tiranos.

Vejam o que ele disse:

"O tirano submete a uns por intermédio dos outros. Mas os desgraçados, banidos por Deus e pelos homens, suportam de boa mente o mal e descarregam depois esse mal não naquele que os maltrata, mas nos que são como ele maltratados e não têm defesa.

À vista dos que servilmente giram em redor do tirano, a executar as suas tiranias e a oprimir o povo, fico muitas vezes espantado com a maldade deles e sinto igualmente pena de tanta estupidez.

Porque, em boa verdade, o que fazem eles, ao acercarem-se do tirano, senão afastarem-se da liberdade, darem (por assim dizer) ambas as mãos à servidão e abraçarem a escravatura?

Ponham eles algum freio à ambição, renunciem um pouco à avareza, olhem depois para si próprios, vejam-se bem e perceberão claramente que os camponeses, os servos que eles espezinham e tratam como escravos são em comparação com eles, livres e felizes.

O camponês e o artesão, embora servos, limitam-se a fazer o que lhes mandam e, feito isso, ficam quites.

Os que giram em volta do tirano e mendigam seus favores, não se poderão limitar a fazer o que ele diz, têm de pensar o que ele deseja e, muitas vezes, para ele se dar por satisfeito, têm de lhe adivinhar os pensamentos.

Não basta que lhe obedeçam, têm de lhe fazer todas as vontades, têm de se matar de trabalhar nos negócios dele, de ter os gostos que ele tem, de renunciar à sua própria pessoa e de se despojar do que a natureza lhes deu.

Têm de se acautelar com o que dizem, com as mínimas palavras, os mínimos gestos, com o modo como olham; não têm olhos, nem pés, nem mãos, têm de consagrar tudo ao trabalho de espiar a vontade e descobrir os pensamentos do tirano.

Será isto viver feliz? Será isto vida? Haverá no mundo coisa mais insuportável do que isto? Não me refiro sequer a homens bem nascidos, mas sim a quem tenha o sentido do bem comum ou, para mais não dizer, cara de homem. Haverá condição mais miserável do que viver assim, sem ter nada de seu, sujeitando a outrem a liberdade, o corpo, a vida?"

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O filósofo Francês retratou um comportamento do século XVI e isso se aplica perfeitamente aos dias atuais.

Você terá de se comportar dessa forma se entregar seu bem mais valioso para ser destruído, a sua A LIBERDADE.

Essa opção que acabei de descrever é a que não aconselho para você, sugiro que escolha a melhor das opções, a que escolhi e transformou minha vida. 

Breve comparação:

O OCEANO representa a POLÍCIA MILITAR, a TÁBUA a LIBERDADE, o CARVÃO a SUBMISSÃO e o NAVIO DE AÇO representa o GOVERNO com sua estrutura de poder, métodos de manipulação da mídia, promoção de injustiças, oferecimento de vantagens para aqueles que defendem os interesses do governo e não da categoria e estratégias de divisão da classe dos policiais.

Por fim, falarei do NAVIO DE MADEIRA aqui representado pela ASPRA BAHIA.

Nesse momento, no estado da Bahia, existe um Navio de Madeira chamado ASPRA, formado por TÁBUAS de homens e mulheres que decidiram navegar em busca de policiais que acreditam num projeto de transformação e que tenham sede e fome de Justiça.

Para você fazer parte basta que reme, junte-se, coloque sua TÁBUA e ajude a construir um grande navio. Mas, o mais importante é que sua TÁBUA sempre será sua, ela continuará sendo seu maior bem. Mesmo estando cercado de várias pessoas você terá voz ativa e será mais um responsável pela condução do navio.

No Navio de Aço “manda quem pode e obedece quem tem juízo” no Navio da ASPRA todos têm poder porque além de juízo temos JUSTIÇA E LIBERDADE.

No Navio ASPRA não é preciso queimar as tábuas para nos movermos, pois somos movidos pelos ventos que empurram nossas velas. 

E quando não houver ventos remaremos todos juntos! 

Dessa forma seremos mais unidos e mais fortes para lutarmos pelos nossos direitos e pelo fim das opressões. Lutaremos com toda intensidade pela dignidade do policial e colocaremos fim à segregação existente no nosso meio. 

Não importa se navegaremos rápido ou devagar, com muitos ou poucos, mas o certo é que chegaremos a lugares inimagináveis.

Não haverá lugar para subserviência, pois a soberba não habita no navio dos justos. 

Mas tome ciência de uma coisa, quanto maior for o nosso navio mais facilmente avistado ele será. A quantidade de inimigos poderosos aumentará. 

O navio de aço nos atacará sempre, as investidas traiçoeiras nos deixará em alerta constantemente, por esse motivo deverá existir a confiança um no outro. E mesmo que ele destrua o nosso navio cada um pegará sua TÁBUA de volta, esperará a calmaria das águas e novamente, de um em um, reconstruiremos o nosso Navio da Liberdade. 

Nem que sejamos atacados e destruídos mil vezes, recomeçaremos tudo novamente.

Se você desprezou esse texto seu lugar é no Navio de Aço, mas se sentiu um desejo de viver diferente e quer lutar por transformação seu lugar é no nosso Navio.

DEUS ABENÇOE A ASPRA!

Tudo que eu tenho NÃO foi a polícia que me deu!
















Por Wagner Coelho


Tudo que eu tenho NÃO foi a polícia que me deu!

Digo, desde já, que não pretendo adquirir nenhum inimigo com esse texto. Estou aberto ao debate franco e não darei credibilidade aos comentários ofensivos.

Por que alguém fala que tudo que tem foi a polícia que deu? 
Eu não digo um absurdo desse! 

Confesso que já falei isso por algumas vezes, mas já faz algum tempo que descobri quem realmente me deu tudo que tenho. 

Se você já falou isso alguma vez, ou fala constantemente, não fique com raiva, só peço que leia esse texto com atenção e só assim entenderá o que quero dizer.

Nossos pais nos criaram com muito sacrifício, nos deram alimento, roupas, educação, formação moral, pagaram todas as despesas com nossas viagens para realizarmos as etapas do concurso da PM, enfim, providenciaram todos os meios necessários para sermos servidores públicos estaduais.

Muitos quando recebem o primeiro salário, abrem a boca e dizem: tudo que tenho foi a polícia que me deu. Você não acha, no mínimo, estranho isso?

Veja bem, do primeiro dia que você entrou na PM até hoje, ela nunca lhe deu nada, e até o dia que você morrer ela também nunca vai te dar nada. Pois, o salário que recebemos é pelo trabalho que realizamos. Somos servidores públicos como todos os outros.

Quando o jovem entra na Polícia Militar, algunss instrutores dos Cursos de Formação começam a fazer um trabalho terrível de intimidação. Ele é diminuído e ameaçado de demissão a todo o momento. O objetivo inicial é baixar a autoestima dos futuros policiais e exaltar a Instituição. O aluno é chamado de verme, lixo, imoral, e tudo mais que servir para limitar um senso crítico ou uma capacidade de reivindicar algum direito por parte do aluno a soldado.

Muitos instrutores dizem que o salário de um soldado já é bom o suficiente e sempre comparam com o salário de pessoas que são exploradas no comércio. 

Quem nunca ouviu: 
-Tem gente recebendo pior que você, então cale a boca;
-Se está achando ruim peça pra sair;
-Seu nome está escrito de lápis etc.

Sempre podam a capacidade de lutar por direitos. A estagnação é a palavra de ordem nos cursos de formação e continua durante a carreira policial.

Deixo claro que não luto pelo fim da disciplina e hierarquia, também não luto pelo fim do uniforme, da arma e da autoridade do policial. Mas, por estarmos vinculados às Forças Armadas somos regidos pelo seu código militar e com isso muitos direitos nos são negados. Por receber uma formação de despolitização e adestramento, uma parte dos policiais são alienados e facilmente manipulados, por isso acreditam que todas as classes podem abraçar os direitos e garantias previstos na Constituição Federal, exceto os policiais militares.

Observando as lutas por direitos que ocorreram na história da humanidade, percebi que hoje os praças da Polícia Militar travam uma luta histórica e podem, sim, ser comparados aos marinheiros que recebiam chibatadas na República Velha, aos sul-africanos marginalizados pelo apartheid, aos hindus explorados pelo imperialismo inglês etc. Não falta exemplo para falarmos de grupos que viveram e vivem em busca por dignidade e foram e são castigados por isso.

É uma pena que boa parte de policiais não são capazes de ler esse texto até o final, já abandonaram a leitura, creio eu, no segundo parágrafo.

Na minha opinião, a maioria diz isso: "Tudo que tenho foi a polícia que me deu", de forma ingênua.

Só dou uma dica, aprenda a valorizar mais seus pais ou aquele(a) que lhe deu uma formação adequada para passar em um concurso público.

Tudo que você tem agradeça, primeiro a Deus, a essas pessoas e ao seu próprio esforço.

Acho que a maioria de policiais se encontra numa condição de vida melhor que seus pais, conseguiram adquirir uma casa mais confortável, um carro, roupas melhores e oferecem aos seus filhos uma educação de maior qualidade.

Se nossa prosperidade ocorreu é porque nossos pais tiveram êxito na nossa criação. Dúvido que eles tiveram a oportunidade que tivemos, busquem em suas memórias e lembrem das dificuldades que eles passaram. Das coisas que abriram mão para que pudéssemos ter.

Na próxima oportunidade que tiver abrace seus pais e digam: Pai! Mãe! Obrigado por tudo, eu os amo.

Agradeça aos seus pais pelo esforço que eles tiveram para que você tivesse sucesso.

Por fim, se ofendi alguém, peço desculpas por valorizar sua família.

A criminalização dos dirigentes de entidades representativas de praças



por Wagner Coelho



A criminalização dos dirigentes de entidades representativas de praças é algo recorrente dentro dos quartéis. É realizada, principalmente, por alguns policiais ocupantes de cargos comissionados (indicados pelo grupo político que está no poder) e por outros que almejam ou usufruem vantagens pessoais e regalias nas Instituições Militares. 

Deixo claro que não são todos! 

Para esse tipo de pessoa, covarde e oportunista, é conveniente atacar as lideranças de uma associação com perfil classista e libertária, posso citar como exemplo a ASPRA BAHIA, uma vítima desses caluniadores de plantão.

Ficou provado desde sua fundação que a ASPRA BAHIA não se submete a governos corruptos e, acima de tudo, luta pelos direitos dos policiais. Os fatos e a história corroboram com minha afirmação.

A luta em prol de uma categoria, inevitavelmente, leva as lideranças a um embate com o governo, não porque são intolerantes, mas porque os que governam são os maiores negadores dos direitos dos policiais, portanto, o confronto é inevitável.

Atacando os diretores da ASPRA BAHIA, alguns pelegos tentam mostrar aos comandantes que merecem vantagens, do tipo: substituição de função, escala privilegiada, promoção por merecimento, horas-extras, diárias, favorecimento em escala especial ou extraordinária;escolher como lhe é conveniente trabalhar, onde, quando e com quem, etc. Obs: é óbvio que existem ocupantes desses cargos e detentores de regalias que não perseguem as lideranças policiais, ao contrário, são sensíveis e acolhedores.

Por isso é comum vermos nos corredores, nas salas e nas portas dos Batalhões ou até nos balcões dos botecos, esse tipo de gente lançando ataques aos diretores da ASPRA. Nas oportunidades que têm, aproveitam a presença de comandantes para fazerem seus joguinhos sujos.

Por que fazem isso? 

A resposta é fácil: Perseguir trabalhadores honestos e incapazes de realizar atos cruéis é fácil, sabem que jamais partirão para a deslealdade. Difícil e desafiador é direcionar suas forças contra os marginais que infestam as ruas e contra governos autoritários que oprimem os servidores da segurança pública.

Por fim, deixo uma mensagem de agradecimento aos policiais que apoiam e ousam fazer o que é justo e honrado, pois rejeitam a ideia de maltratar os colegas e os recebem de braços abertos quando estes são humilhados e maltratados. Vocês cultivam em suas vidas a paz, o amor, a esperança, a gratidão, a gentileza e a verdadeira fé num Deus Altíssimo.

#MRL - MOVIMENTO REFLEXÃO LIBERTADORA

por Wagner Coelho







APRESENTAÇÃO DO ‪#‎MRL‬ E SEU SÍMBOLO 




O #MRL - Movimento Reflexão Libertadora, iniciou-se quando um policial militar teve a iniciativa de convidar outros amigos de farda que, assim como ele, criavam textos para provocar reflexão e transformação entre os policiais militares. Textos esses, que se confundiam entre os autores, tamanha era as semelhanças das ideias e afinidades entre os escritores.


O #MRL é um grupo ideológico e libertário, difere dos grupos político-partidários e paramilitares. É defensor do Estado Democrático de Direito e rejeita o uso da violência física para alcançar seus objetivos.


No símbolo, existem três itens que devemos destacar para sua melhor compreensão:


1. A farda: 


Geralmente quando vemos imagens de policiais fardados, eles estão em posturas de combate. O ser obediente e pronto para obedecer comandos sempre é sobreposto ao ser pensante. Na imagem do #MRL, o policial é um ser que pensa, sabe da sua importância no cenário das transformações sociais, no entanto, não perde as características do homem de combate, pronto para intervir assim que necessário.


2. A estátua “O pensador”, de Auguste Rodin:


O pensador está sentado, com o cotovelo direito sobre a coxa e a mão ao rosto, numa demonstração de reflexão. É isso que o #MRL pretende fazer com o policial militar. Fazer com que ele reflita de forma crítica sua posição na sociedade e na instituição, perceba o quanto é explorado e marginalizado num ambiente totalmente segregador, visualize as estratégias de manipulação e de divisão às quais está exposto e veja que o objetivo principal tem sido beneficiar grupos políticos que estão no poder em detrimento da grande massa de policiais que estão nas ruas para combaterem a criminalidade.


3. O braço erguido com mão fechada:


Na imagem, o policial está com o braço esquerdo erguido, mão fechada e vestindo uma luva preta. Esse símbolo foi usado nos movimentos dos negros, quando lutaram pelos direitos civis e políticos em todos os lugares onde havia segregação. Podemos citar os ícones Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, como referências para os policiais.


O policial ao refletir e se descobrir como uma pessoa altamente manipulada e explorada, deve levantar sua mão fechada e tomar uma postura de ação, passando a ser participativo, com voz ativa e atuante, na construção de uma Polícia mais eficiente no combate ao crime e que respeite de fato seus integrantes. O policial deve ser um protagonista e não mais um mero coadjuvante nos debates, onde houver uma reunião para tratar de Segurança Pública, ali deve estar também um representante da classe dos policiais. E a representatividade legítima não é daqueles que ocupam cargos comissionado no governo, mas de líderes de entidades representativas de policiais, eleitos pelos seus pares. 


Resumo:
A marca do movimento mostra bem suas influências. Como podem ver na figura, o policial está numa posição do corpo idêntica ao “Pensador”, seu braço está erguido, com a mão fechada, significando uma ação de resistência. 



Ouvir, Refletir e se Libertar da escravidão mental.