por Wagner Coelho (2015)
O Governador Jaques Wagner é o maior responsável pela greve de 2014. De forma irresponsável tentou dar um golpe à democracia.
Vejam o que motivou a greve:
Em maio do ano passado o Governador Jaques Wagner, após um clamor dos policiais, baixou um decreto criando um Grupo de Trabalho visando a Reestruturação e Modernização da Corporação.
Esse grupo foi formado por representantes do Governo e representantes de Associações. Estes passaram 09 meses construindo um belo trabalho com participação dos integrantes da Instituição. Por quase um ano foram realizadas dezenas de reuniões na capital e em cidades do interior, como por exemplo em Senhor do Bonfim, onde realizamos 03 reuniões com policiais da ativa, inativa, bombeiros e familiares.
Nesses encontros os policiais levaram seus anseios, opinaram pela construção de uma Polícia mais cidadã que servisse ao Povo e não a interesses de grupos políticos, falaram da necessidade de se construir um Código de Ética em substituição ao regulamento opressor que foi construído durante um período de Ditadura Militar e que ainda rege os Policiais Militares. Enfim, foi uma verdadeira festa da democracia, uma importante participação popular. Com tudo isso, foi gerada uma grande expectativa de mudanças nos policiais.
Com muito esforço, os representantes das maiores associações elaboraram e entregaram ao Governo um trabalho em tempo hábil, para análise e possível aprovação. É importante destacar que esse material chegou na mão do governo em novembro do ano passado. Passou dezembro, janeiro, fevereiro, março e nada do governo se manifestar. Todos esperavam que realmente fosse realizada uma verdadeira reformulação no regulamento para acabar com abusos recorrentes dentro dos quartéis.
As Associações tinham convocado uma assembleia para o dia 21 de março e a pedido do governo essa assembleia foi cancelada e remarcada para o dia 15 de abril. De acordo com o governo no dia 10 de abril seria a grande festa dos policiais, nessa data ele iria apresentar a "modernização" da PM. Mais uma vez fomos compreensivos com o governo e remarcamos a assembleia. Com essa medida as associações foram acusadas de estarem se aliando ao governo.
Como podem ver, as associações fizeram de tudo para evitar uma crise.
É chegado o grande dia, 10 de abril, policiais de toda Bahia aguardavam ansiosos, tinham a esperança que passariam a fazer parte de uma instituição mais humana e cidadã, sonhavam viver a cidadania na PMBA.
Tanto sonho foi em vão, o governo anunciou um Novo Código (que de ético não tem nada) totalmente diferente do que foi construído pelas associações. PASMEM! Ao invés de modernizar a PM esse código iria implantar normas mais rígidas do que as atuais, que afrontam o Estado Democrático de Direito.
O governo apresentou propostas draconianas, dentre elas podemos citar as seguintes:
Art. 21 - São transgressões disciplinares:
XXII - andar injustificadamente a cavalo pelas ruas da cidade, a trote ou galope;
LXXII - desconsiderar ou desrespeitar, em público ou pela imprensa, os atos ou decisões das autoridades civis ou dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário ou de qualquer de seus representantes.
XXII - divulgar comentários maliciosos e criticas indevidas em desfavor de militar estadual, seja verbalmente, por escrito, pela internet, por telefonia ou qualquer outro meio eletrônico;
LXIX - autorizar, promover ou participar de petições ou manifestações de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário, religioso, de crítica ou de apoio a ato de superior, para tratar de assuntos de natureza militar, ressalvados os de natureza técnica ou científica havidos em razão do exercício da função militar estadual;
O governo não deu a mínima importância a um trabalho de quase um ano e jogou no lixo a esperança de transformação. Com isso gerou uma onda de revolta e insatisfação entre todos policiais. O governo sabia da insatisfação da tropa e permaneceu calado mesmo sabendo que seria realizada uma assembleia no dia 15 de abril.
Como combinado, a Assembleia aconteceu na capital baiana e reunio cerca de 15 mil policiais de todo estado, todos dispostos a suspender as atividades em resposta a afronta do governador. A poucos minutos da assembleia o governador recuou e suspendeu o seu código opressor mas já era tarde, durante a votação todos decidiram pela grave.
Todas Associações aderiram à greve e todos representantes das associações apoiaram a decisão da tropa. A ASPRA não estava sozinha. Durante a greve os policiais suspenderam as atividades e não cometerem crimes contra a sociedade. Por isso, as mortes não podem ser atribuídas aos policiais.
Quem provocou a revolta dos policiais?
Como o policial pode ser cidadão se ele não se enxerga como cidadão?
Se vivemos uma ditadura dentro da instituição como posso lhe tratar como cidadão?
Você quer uma Polícia Cidadã?
Você quer que melhore a formação do policial?
Então peçam para os assessores do governador revirarem a lata de lixo, pois foi lá que ele jogou o nosso Código de Ética, a única solução para a construção de uma Polícia Cidadã.
Não queremos um policial subserviente e antidemocrático que oprima o povo e atenda cegamente os grupos políticos que estão no poder.
Os policiais pedem socorro!
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