Muitos dizem que as melhorias só virão com a Criação de uma Polícia Única, com Ciclo Completo e Carreira Única.
É bom que você pesquise sobre cada um desses temas.
Esse modelo de Polícia só beneficia quem está no poder!
Seria verdade essa afirmação?

Sei que todos aqui já ouviram Governadores e Comandantes falarem que fazemos parte de uma grande Instituição, a mais organizada que existe. E sei que muitos sentem grande orgulho disso. Mas, como está o grau de satisfação dos integrantes dessa Instituição?
Essa estória de dizer que esse modelo Militar é o melhor modelo de organização, e que grandes empresas multinacionais adotam esse modelo como administração é conversa para “Praça Dormir”.
As empresas na ânsia por lucros procuraram formas de explorar os funcionários, formas de fazer com que estes não se organizassem e não lutassem por seus direitos trabalhistas. Essas empresas estimulam as divisões na classe dos trabalhadores.
Realmente algumas Empresas adotam o modelo Militar como organização, mas você tem que entender porque elas adotam, qual o objetivo, quem são os beneficiados e os prejudicados.
Entenda como tudo começou:
Com a Revolução Industrial surgiram muitas fábricas e os operários eram bastante explorados, não existia salário mínimo, décimo terceiro, jornada diária de trabalho, férias, FGTS, etc.
Chegou ao ponto dos homens serem substituídos nas fábricas por mulheres e crianças, pois estes recebiam bem menos que aqueles.

E com todas essas injustiças surgiram os conflitos entre operários (explorados) e patrões (exploradores).
Os capitalistas precisavam conter essas manifestações e precisavam de algo para manter a classe operária nas rédias.
Foi aí que tiveram a ideia de implantar o militarismo como modelo de organização e administração.
Não foi para melhorar as condições de trabalho, foi única e exclusivamente para aumentar os lucros dos patrões e manter o controle sobre os operários.

Em 1848, Marx e Engels já alertavam isso no Manifesto do Partido Comunista, quando escreveram em um trecho:
“Massas de operários, amontoados na fábrica, são organizados militarmente. Como soldados da indústria, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são somente escravos da classe burguesa, do Estado burguês, mas também diariamente, a cada hora, escravos da máquina, do contra-mestre e, sobretudo, do dono da fábrica. Esse despotismo é tanto mais mesquinho, odioso e exasperador quanto maior é a franqueza com que proclama ter no lucro seu objetivo exclusivo”.
Eles queriam que os operários ficassem dessa maneira:

Calados e obedientes
E conseguiram:
Calados e obedientes

Farei uma analogia do texto de Marx e Engels que citei, substituindo as palavras de:
- operários por praças;
- fábrica por estado;
- indústria por governo;
- estado burguês por governo estadual;
- classe bruguesa por classe política;
- máquina por RDPM;
- contra-mestre por comandante;
- dono da fábrica por governador;
- e lucro por poder.
“Massas de “praças”, amontoados no “Estado”, são organizados militarmente. Como soldados do “governo”, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são somente escravos da “classe política”, do “Governo Estadual”, mas também diariamente, a cada hora, escravos do “RDPM”, do“comandante” e, sobretudo, do “Governador”. Esse despotismo é tanto mais mesquinho, odioso e exasperador quanto maior é a franqueza com que proclama ter no “Poder” seu objetivo exclusivo”.
Para concluir:
Nesse início de século XXI, as empresas que se preocupam com o bem estar dos funcionários, estão abandonando o modelo militarizado de ADM.
As empresas não estão adotando o modelo militar, estão na verdade é abandonando esse modelo.
Uma pesquisa mostrou que as grandes empresas que estão preocupadas com o bem-estar dos empregados, abandonaram o modelo arcaico e militarizado, e tiveram um aumento na qualidade dos serviços e produtos. E também houve o aumento de satisfação dos empregados em trabalhar nestas empresas.
Trecho do artigo:
Apenas algumas décadas atrás, as empresas mais admiradas eram hierarquizadas e funcionavam como máquinas. Hoje, as companhias de sucesso são vistas como organismos vivos, que precisam lidar com conceitos tão etéreos quanto fundamentais, como valores, sustentabilidade e conhecimento. “O que se vê tradicionalmente no mercado são as pessoas tendo de se adaptar às empresas”, diz Tolovi, do GPTW.
“As 100 Melhores mostram outro caminho. São empresas que também se esforçam para se adaptar ao seu pessoal.”
Por Wagner Coelho